Um dos maiores desafios do ser humano está no modo como ele se relaciona com os outros, seja no contexto familiar, com os colegas de trabalho, com amigos, etc. Quase sempre temos alguma dificuldade em estabelecer um relacionamento com alguém e muitas vezes nos questionamos por que as pessoas não nos entendem. Ou então, por que elas não agem como nós? Temos uma tendência em acreditar que o nosso jeito de ser é o correto, e o do outro está errado, e isso acaba gerando mais barreiras e dificuldades quando o assunto é relacionamento interpessoal.
A questão é que cada um de nós tem a sua própria visão de mundo, o chamado Mapa Mental, uma espécie de programação interna baseada nas nossas experiências, nas crenças e valores, o que nos leva a ver o mundo sob nossa ótica, e que nos parece ser único, o correto. Quando entramos em contato como outro, as dificuldades de relacionamentos e as de comunicação vêm exatamente desse “cabo de guerra”, cada um querendo mostrar para o outro que o seu jeito de pensar é o certo.
Quer realmente melhorar seus relacionamentos? Aprimorar a forma de se comunicar e melhorar sua empatia com os outros?
O primeiro passo é entender como funcionamos, ou seja, conhecer nosso mapa mental, para em seguida podermos entender o mapa mental das pessoas que convivemos e melhorar a empatia e a comunicação com elas. Podemos aprender a falar uma linguagem que o outro entenda, pois comunicação eficaz é quando o outro entende a mensagem que foi transmitida dentro do propósito e da intenção do comunicador.
Algumas reflexões são necessárias:
- Você conhece seu jeito de agir e de si expressar?
- Conhece bem a sua personalidade?
- Identifica quando suas emoções estão interferindo na sua comunicação?
- Com que tom de voz costuma se comunicar?
- Procura conhecer e compreender as pessoas com quem se comunica com frequência?
Se você está pensativo sobre as reflexões acima… calma, vou explicar como a nossa mente funciona e vai ficar mais claro para entender a si mesmo e aos outros.
Cada pessoa processa as informações baseada em seu “filtro” usado para pensar, sentir e agir. Esse filtro é formado baseado nos nossos Centros de Inteligência, as divisões básicas do nosso cérebro:
- Centro de Inteligência Instintivo, cérebro Reptiliano, responsável pelos nossos instintos;
- Centro de Inteligência Emocional, cérebro Límbico, responsável pelas emoções;
- Centro de Inteligência Racional, cérebro Neocórtex, responsável pela cognição e aprendizados.
Essas divisões se completam para nosso funcionamento, e cada pessoa interage, se comunica e assimila de acordo com o seu centro de inteligência predominante. Todos nós temos os três centros, mas baseado na nossa história de vida, um dos centros se desenvolve mais, se tornando predominante, em detrimento aos outros dois centros.
- As pessoas com a inteligência predominantemente Instintiva focam na necessidade de ação, mérito, congruência, conforto, harmonia, pertença e respeito. Quando estas coisas são ameaçadas, manifestam-se fúria e raiva. Elas tendem a perceber o mundo através do filtro das sensações físicas e de instinto do corpo, são as que assimilam fazendo. Mal é dada a tarefa, elas já querem fazer, não tem paciência para explicações longas, processos demorados ou de pouca utilidade prática. Precisam de ação, entender a proposta executando. Sua busca é autonomia, acreditam que o aprendizado deve ser através da experiência praticada.
- As pessoas com a inteligência predominantemente Emocional focam na necessidade de amor, conexão, afeição, laços, imagem e aprovação. Quando estas coisas são ameaçadas, manifestam angústia, pânico, tristeza e vergonha. Elas tendem a perceber o mundo através do filtro do coração, assimilam por osmose, se comunicam pelo emocional. Precisam de um ambiente saudável, harmonioso, de aceitação e acolhimento. Aprendem mais pelo exemplo do que pela expressão oral, escrita ou falada. Costumam criar uma imagem de si próprio, com a qual conseguem aceitação, empatia e compaixão dos outros.
- As pessoas com a inteligência predominantemente Racional focam na necessidade de segurança, proteção, certeza, garantia, previsibilidade, planejamento e oportunidade. Quando estas coisas são ameaçadas, manifestam medo e ansiedade. Elas tendem a perceber o mundo através do filtro da mente, assimilam e se comunicam pela expressão oral e escrita, de forma mais analítica, precisam raciocinar, entender de maneira lógica para depois executar.
Agora imagine, por exemplo, uma pessoa extremamente racional se comunicando com uma pessoa extremamente instintiva! Enquanto uma está elaborando um super projeto de 1000 páginas para apresentar na empresa, o outro já está fazendo da sua própria cabeça, nem que depois tenha que refazer tudo. E no caso de uma pessoa super emocional, se relacionando com uma pessoa extremamente racional, muitas vezes ela não se sente amada, enquanto o outro pensa: “ela não endente minha necessidade de ter um tempo para pensar e planejar todos os passos que tenho que dar para eu pedi-la em casamento”. Inúmeros exemplos podem ser citados com as diferenças e desavenças.
O autoconhecimento ajuda bastante na comunicação eficaz e na melhoria das relações interpessoais, nos faz sair do automático para nos comunicarmos com a percepção dos seguintes pontos:
- Qual o estado emocional no momento da comunicação? objetivo: evitar uma carga desnecessária de emoções na comunicação.
- Estou analisando a situação da real forma que ela aconteceu? objetivo: evitar o uso dos filtros deturpados da personalidade, baseadas no centro de inteligência predominante.
- Estou tendo empatia para entender o mapa mental do outro e me comunicar com ele? objetivo: facilitar a assimilação do mesmo, é preciso falar a linguagem que seja familiarizada pelo outro.
Conhecendo mais sobre o modo como você age e se comunica, além das melhorias pessoais e profissionais, você trará benefícios a todas as pessoas que convivem como você, família, colegas de profissão, amigos, parceiros e etc, convivendo com mais empatia e harmonia com todos eles.
Quais os aprendizados que este post trouxe para você?
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Abraço
Renata Ary